sexta-feira, agosto 27, 2010

A máscara da realidade

Algumas vezes aflorei aqui a questão do desejo. Menos foram as vezes que me preocupei com as questões de ressonância, aceitação ou rejeição social inerentes á sua satisfação. E no entanto elas existem e motivam disfarces, dramas e até religiões que partem do fruto desse desejo para o condenarem. Hoje lembrei-me da história do boto e reconciliei-me, em parte, senão com a hipocrisia pelo menos com o mais puro dos disfarces que encontrei.

Foi há quase 7 anos. Necessitava de uma pausa para uma tempestade que me perseguia e á qual resistia activamente. Fui parar ao Pará, á Amazónia seminal, quente,viva.
E conheci os filhos do boto. Golfinho de beleza e cheiro irresistíveis para qualquer mulher. Que indefesas e desbragadas se lhe entregavam. Sem culpa. Sem pecado. Sem consequencias para alem das fisiológicas e humanas.
Hoje dei comigo a pensar como uma máscara pode ser afinal aquilo que nos faz aceitar, compreender e enfrentar a realidade.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Nada se cria e muitas vezes nada se repete: a caminho do barranco com passagem por Santiago do Chile e Mendoza

O regresso ao equilíbrio e á rotina depois de experimentar novas emoções ou tentar reviver as antigas pode ser tão agradável e securizante como um regresso a casa.
Repetir é a ancora mas  inventar é a expressão crítica do nosso comportamento, são novos horizontes, virtuais ou não. Balança sedutora enquanto oscila. Mas é bom saber que a cada oscilação mais se aproxima da sua posição de repouso. Sempre pronta para novos desiquilibrios e desafios