segunda-feira, novembro 15, 2010

sábado, novembro 13, 2010

sexta-feira, novembro 12, 2010

comparar para quê?

eu gostava de escrever com palavras como franja, limbo, remanescencia, estruturante, displicendo, paradoxo, fibras, essencia, alma. mas para que tivessem algum significado teria de lhes juntar outras bem simples..., Já compararam um texto dos velhos contos de montanha, a força da palavra que ressalta na nossa emoção antes que se consiga alcançar o seu significado?
Mas comparar com que?

segunda-feira, novembro 08, 2010

Uma imagem só por si pode dizer-nos se é documental ou ficcional, ou melhor, ficcional ou não-ficcional?

Há, penso, pelo menos 3 factores a considerar. Primeiro, a prespectiva do autor da imagem. O segundo, a interpretação de quem a olha. Finalmente há o evento em si que se retrata.
E os dois primeiros factores são altamente subjectivos. Dependem já de um preconceito, de uma experiencia prévia, de um imaginário. Dadas estas variáveis que condicionam o olhar do autor e do espectador, será então difícil que coincidam. Nem sei mesmo se sera desejável esta uniformização interpretativa em vez de deixar em aberto muitas outras possibilidades de escolha e interpretação. E por último há a realidade, que se pretende documentar, e é sempre complexa.
Serão o facto, ou a situação, enfim a realidade que se pretende retratar, concretos, objectivos ,matemáticos? Imutáveis? Penso também que não. Para nos apercebermos da realidade do objecto ou da situação necessitaríamos de uma abordagem lógica, exaustiva a esse objecto ou situação. Com todos os ângulos, luzes, movimentos, análises e interpretações. Com muitas repetições, ensaio,  intrumentação adequada, erro e correcção. Como o método de estudo de uma ciência empírica. E mesmo aí concluiriamos, na maior parte das vezes, por probabilidades e não por certezas. E, para passar desta probabilidade á regra teriamos sempre de teorizar. E a teoria é, em si propria, subjectiva. Como um circulo viciosoPenso que nenhum de nós se interessaria por um documentário destes em que todas as confirmações teriam de ser documentadas. Cada passo provado. Poderia eventualmente, uma dessas “reportagens” agradar a um especialista dessa area. Mas difilmente seduziria uma pessoa que procura para alem da evidencia.
Vejo apenas duas saidas. Ou consideramos tudo como virtual e interno vivendo apenas na nossa imaginação como num conto de Borges. Ou consideramos que os grandes factos, e os pequenos, que vivemos, teem em nós uma ressonância emocional primária antes de serem integrados conscientemente no nosso conhecimento. A emoção antes da consciência. Proponho ao documetário, que um dia consiga fazer, o papel de provocar esse estado emocional. E deixar a cada um dos espectadores a sua interpretação e diluição dentro das suas vivencias e dos seus sentidos. É assim afinal que gostaria que nos fossemos criando e desenvolvendo, num clima de liberdade interpretativa.