domingo, fevereiro 01, 2009

Bens, opções e Gerações

Há primeiro o sistema monárquico. O filho é protegido até á exaustão em deterimento de outros com maior capacidade e merecimento. Existe um "complot" a dois, por vezes tão descarado que só os próprios não se apercebem do ridículo. Frequentemente a segunda geração sobrevive enquanto o progenitor protege afundando-se depois na mediocridade de que as circunstancias nunca o deixariam sair. Tem um elevado preço portanto.

Depois há várias variantes deste sistema. Escolhe-se por exemplo uma actividade na área de influencia do Pai. Aqui já o "complot" terá de ser a mais de dois, a três , quatro, os que forem precisos. E a necessidade de finas redes de interesses, concessões e cumplicidades por vezes tão intrincadas como a trama dos primeiros livros de Le Carré. São os "monárquicos encapotados" e por isso mais hipócritas do que os primeiros.
É de mais difícil detecção para os de fora. Mas o preço final é o mesmo. Podem atingir altíssimos parâmetros técnicos mas sentem no fundo que lá chegaram por favor. Continuam a não ter vida própria fora dessa rede que os protege da uniformização mas também os prende fora da criatividade, da evolução. E nunca é fácil quebrar uma rede que nos protege sobretudo se houver uma réstia incómoda de consciência e o receio do mundo fora dela que nunca se teve oportunidade de conhecer.

Depois há ainda os outros para quem a influencia economica, política ou profissional do pai nada significa, Ou porque o viu trabalhar arduamente e não quer essa vida. Ou porque na comparação que de si faz com a geração precedente se declarou vencido á partida. Aí resta-lhe esperar, ás vezes escolhendo uns hobbies mais ou menos profissionais como passatempo, até que para si transborde não a competencia, nem a influencia, nem mesmo o protagonismo. Mas apenas o dinheiro. Sobra-lhes na espera o ciume e a envidia. Chegará depois o remorso?

Claro que depois há os outros...os que todos conhecemos e admiramos.