sábado, setembro 19, 2009

Ainda Veneza


"And there were times,

I am sure you knew

where I picked up

more than I could chew"



Morte em veneza?




Veneza, um postal na janela

Europa mediterranica (1)


Mónaco, principado das aparências:

Os soldados e o render da guarda são de opereta. As princesas não terão as virtudes dos contos, pelo menos dos infantis. O príncipe, se fosse sapo, preferira talvez sair do encantamento com um beijo barbado. E até o mármore do casino é cimento e madeira pintada

segunda-feira, setembro 14, 2009

O relógio do inconsciente

Tudo terá acontecido por acaso. Uma reunião de investigadores de um estudo de uma das numerosas drogas russas compradas por uma companhia ocidental. No Mónaco. A que se juntou o desejo, muitas vezes adiado, de conhecer Veneza. Outra reunião, da Neuronet, em Florença e mais uma distracção do destino. Não havia voos directos e o comboio perfilava-se como mais rápido e apropriado.

Tinha de aprender a viver com a sua doença. Que obsessivamente o obrigava a horários quase rígidos e a alimentação regular e equilibrada. Um cruzeiro parecia novamente uma opção razoável. Uma noite de mistral desde Civitavechia a Livorno e os balanços e rangidos do Funchal levaram-no a procurar refúgio num comboio para Florença. Ia inseguro da sua nova situação mas com companhia solícita e apaixonada.

As chegadas a Florença coincidiram no mesmo mês e no mesmo dia. Só disso teve consciência quando a gare se lhe ofereceu, não como descoberta mas como memória. Cada recanto, cada binário. O vagabundo ainda dormindo no chão. E o mesmo relógio que inexorável e quase milimetricamente tinha marcado 21 anos.
As lágrimas irromperam impiedosas e as recordações voaram para a cidade e para aquele quarto esconso com os telhados antigos por vista e os sinos a tocar. E pela primeira vez continuou a chorar as lágrimas que não tinha vertido, a fazer as despedidas que não tinha feito. Naquele lugar de partidas e chegadas encontrou o passado.

domingo, setembro 06, 2009

Os gestos e as intenções

Que significado terá para cada um a comemoração de uma data? Do aniversário por exemplo. Os cheiros da infância, o centro das atenções de um dia, a família, os amigos?
Este iria ser um dia de anos triste. Só e a milhares de quilómetros de casa, vivendo uma vida dura e sem rumo. Um convite algo inesperado para jantar. Onde encontrou um prato típico da sua terra natal. Um pudim com receita retirada da net. Um bolo com um número de velas já significativo para uma pessoa jovem. Um presente comprado á pressa mas com envolvimento.
Como se passa de um entusiasmo infantil até ás lágrimas engolidas com esforço num rosto brevemente feliz!
E como essa aparente metamorfose foi suficiente para o prazer de quem a olhava. Não teria pois de recorrer aquilo que as outras pessoas lhe costumavam exigir em troca.

sexta-feira, setembro 04, 2009

A fase de perda e o sindroma de vitimização

Chamaram-me a atenção para este texto. "A puta de merda"...Melhor é impossível. O grito da impotencia. Quem pode ganhar combatendo com armas tão desiguais?