sábado, abril 25, 2009

Quanto tempo duram as linhas paralelas ?

Duas linhas nunca começam paralelas. Primeiro é natural que se encontrem, se entrelacem, se confundam. Depois começa o caminhar lado a lado com os olhos no horizonte que se confunde facilmente com o infinito. Uma força e energia invisível mantem a distancia e os objectivos. Mas também a divergência não surge de repente. Apenas como algumas incursões a solo que rapidamente conduzem á gravitação da tal força. Até um dia.....

segunda-feira, abril 13, 2009

Orgulho sem preconceito

Nunca tive de sair por a isso ser forçado. Resisti aos vendavais ás tormentas e aos amigos. Á destruição, á calunia e á maldade. Á hipocrisia e á ganancia. Ao desamor e á paixão. A tudo sobrevivi com sofrimento mas sem vacilar. Agora que os últimos ecos se vão esmorecendo saio porque quero...sem vacilar e sem rancor. Sem dobrar.Por opção, sem estratégia e sem mensagem.

sábado, abril 11, 2009

Quantos anos tem a tempestade?

Desci da bicicleta para descansar antes de iniciar os 20 quilómetros que me faltavam para voltar a casa. Num canal estreito dois homens descarregavam para a margem de junco a safra de moliço do dia, que se ia juntar ainda brilhante ao pé do mais antigo que fumegava tranquilo.
A conversa que início, perguntas de circunstancia, e as respostas sincopadas de quem se vê interrompido no seu trabalho. Respostas avaliadas e pensadas a que não ligo grande importância.
Entretanto as nuvens adensam-se numa escuridão que prenuncia a tormenta.
- Bem, vou andando que desta molha já não me livro- disse olhando algo desconsolado para os finos pneus e montando na bicicleta. Pensava que o diálogo tinha terminado. Já tinha virado as costas e começado a afastar-me quando uma última frase me atingiu. tão inesperada como um raio:
- Essa tempestade é mais velha do que nós.
Olhei para trás com o desconforto da cabeça mal virada e num único olhar tentei avaliar a sanidade do homem. E fui sempre pedalando e esperando sentir a agulha do primeiro pingo ou o ressoar de algum trovão. Que nunca mais chegavam. Então entendi que por mais livros que tivesse lido, por mais metereologia que tivesse consumido, por maior sofisticação que presumisse possuir havia coisas simples que não vinham nos livros, que não constavam no vocabulário dos metereologistas e sofisticação que eu nunca seria capaz de atingir.
A tempestade era de facto mais velha do que nós. Aquando da última frase já ela tinha atingido o ponto de não retorno. Se tivesse continuado a falar com ele talvez ele me tivesse explicado que muitas das tempestades que presumi e antecipei já eram mais velhas do que eu...