terça-feira, dezembro 23, 2008

Apenas Ficção (parte 3)

O tempo passou, cresceu, foi pai, mas não se fez homem. Como deve ser difícil lutar tendo apenas uma imagem de si próprio desvalorizada e ambígua em contraponto a outra que lhe serviu de forma.
Novamente errou nos propósitos e foi desajustado nos actos.
A imagem a combater era forte? Não tem importância: desvaloriza-se e colamos-lhe diagnósticos. Por alguma razão tirou um curso de medicina não?! Isso criaria problemas deontológicos da classe que ao longo de 6 gerações os seus avós foram defendendo? Resolve-se! Assume ter nascido de geração espontânea. É difícil aceitar a honestidade nos outros? Nada de grave, reforça os traços de personalidade e desconfia de tudo e todos. Sobretudo de formas. De desconfiança em desconfiança voltou ao tontinho inócuo a quem todos davam uma moeda para o café. Que foi onde tudo começou. E foi onde ele terminou.